Numa floresta encantada,
De multicor passarada,
Límpido rio serpenteia
Com margens de branca areia
Em meio a vegetação.
Mil borboletas volteiam
Numa copa amarela
Há alguns metros do chão.
Nesta vívida aquarela
Com o solo atapetado
De folhas laranja e encarnado,
Do nada, surge uma fada,
Linda!Brilhante! Diáfana!
Apanha do rio a água
Sobe rápido e do espaço,
O rio que traz nos braços
Como um feixe de luz,
Derramando-se sobre a mata
Cai como pingos de prata
De uma chuva fria e farta!
Em meio ao mundo de cores
De insetos, pássaros e flores
Surge um negro morcego,
Semblante em desassossego,
Que encarando a doce fada
Indaga do Criador.
Por que me fez tão medonho
Pesadelo em vez de sonho,
Simbolo do mal e terror?
Sofro de muitos, cobrança
Do aspecto assustador.
Olhando-o cara -a cara
A fada o interrogou.
Quem é que não se depara
Entre as flores perfumadas
Com o espinho que causa a dor?
Quem é que disfarça somente
Deformidades da mente
Não agindo com amor?
"Quantos são como sepulcros
Por fora, brancos e dourados
Mas dentro deteriorados?"
Não desdenhe a natureza
Deus nosso Pai com certeza
Deu-te o aspecto necessário
Do Que tu és emissário.
Prossegue com o teu trabalho
Semeia o grão do carvalho,
Do figo,do açaí...
Vive com dignidade!
Temos orgulho de ti.
Mabel Sales
13 de maio 2013